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"Aqui só temos o elétrico 28, cheio devido aos turistas..."

  • Foto do escritor: FACES
    FACES
  • 12 de mar. de 2019
  • 2 min de leitura

Entrevista a Maria Teixeira - 65 anos, Largo da Graça.


Gostávamos que nos falasse de como é viver aqui, problemas que encontre, transformações recentes…

Transformações recentes são horrorosas, para mim. Porque há muito espaço, mas poucos espaços verdes, estas árvores eram antigas (?) precisavam de água ou de canteiros, puseram árvores velhas. O reflexo da pedra que puseram nos prédios, com os vidros faz muito calor no verão. As casa ficaram mais quentes.

De resto… as pessoas estão a sair daqui porque estamos a ser ocupados por franceses. Era preciso haver aqui uma reanimação das casas, das lojas. Falta o metro mas isso não se pode mesmo, que isto aqui é só rocha! Aqui só temos o elétrico 28, cheio devido aos turistas, e um autocarro, o 34, e depois é sapadores.

Ainda é um bocado a província, vou alí ao Mini Preço, Pingo Doce, alí à Frutaria...se me esqueço do dinheiro posso pagar depois. Ainda há essa familiaridade. Ajudamo-nos uns aos outros, quando podemos.

Tenho um medo terrível, vai fazer 15 anos que estou ali, a casa não é minha… A vizinhança dá-se muito bem, agora conhecem-se menos, uns morreram, outros tiveram de se ir embora. A malta nova que quis regressar, regressou em força, mas teve de ser ir embora outra vez por causa do preço.


Nota que agora a maioria das casas são para hospedar turismo?

Sim, disso não há dúvida nenhuma. Antigamente não havia nada disso. Antigamente o que acontecia era as pessoas alugarem um quarto a hóspedes, as casas tinham duas portas, quase todas, havia um quarto chamado “o independente”, e esse quarto era alugado sempre. Tenho pena que a malta nova não possa vir para aqui, isto é muito agradável.



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